2ª EM ST6 (Recapitulação)


Image result for memórias póstumas de brás cubasImage result for suspiros poéticos e saudadesO Romantismo é o movimento literário que domina a Europa e, por extensão de influências, o Brasil, durante o final do século XVIII e por boa parte do século XIX.Por questões teóricas, consideramos que o Romantismo começa no Brasil em 1836 (com a publicação de Suspiros poéticos e saudade, de Gonçalves de Magalhães) e termina em 1881 (com a publicação de Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis).O Romantismo proclama a liberdade de criação e de expressão. Trata-se, portanto de um momento histórico-artístico-cultural que dialoga com o nosso presente.

No texto a seguir, sublinhe os trechos que respondem à pergunta: Por que os textos literários do século XIX são tão cheios de descrições?

Observe que a superestrutura descritiva tem muitas funções na vida social.
Quando um jovem comenta com outro que ficou com fulana ou sicrana, usualmente ele faz uma descrição dessa pessoa. Aquilo que selecionamos do outro para contar revela, em parte, os valores que temos. Mantenha isso em mente ao ler o seguinte bate-papo da internet:

Paulo diz:
Fiquei com uma supergata na balada de sábado.
Kel-loko diz:
Ae, kara... Como ela eh?
Paulo diz:
A mina é mó gata, mew. Bonita, morena, cabelão, corpinho da hora... Beija superbem. Adorei, kara...
Image result for chatKel-loko diz:
Aeeeeeeeee! Apresenta ela pra mim, hehehehehe!


Enquanto isso, no outro lado da cidade, ocorre outro bate-papo:
Ana Gata diz:
Fiquei com um carinha na balada. O nome dele é Paulo...
Nena diz:
Legaw... E como é esse homem maravilhoso (rs)
Ana Gata diz:
Chegou de moto, superbem-vestido e mora naquele bairro dos ricos que tem lá perto da escola... E é superdivertido.
Nena diz:
Puxa! Tá feita, hein? (rs)

a) Que valores são importantes para Paulo na busca do amor?

b) E para Ana, quais são os valores importantes na busca do amor?

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Estudo de literatura

Responda às questões a seguir no caderno.
1. Retome o texto Um velho, de Álvares de Azevedo.

Um velho
(Álvares de Azevedo)
– Por que empalideces Solfieri? – A vida é assim. Tu o sabes como eu o sei. O que é o homem? É a escuma que ferve hoje na torrente e amanhã desmaia, alguma coisa de louco e movediço como a vaga, de fatal como o sepulcro! O que é a existência? Na mocidade é o caleidoscópio das ilusões, vive-se então da seiva do futuro. Depois envelhecemos: quando chegamos aos trinta anos e o suor das agonias nos grisalhou os cabelos antes do tempo e murcharam, como nossas faces, as nossas esperanças, Alvares-de-Azevedooscilamos entre o passado visionário e este amanhã do velho, gelado e ermo – despido como um cadáver que se banha antes de dar à sepultura! Miséria! Loucura!
– Muito bem! Miséria e loucura! – interrompeu uma voz.
O homem que falara era um velho. A fronte se lhe descalvara, e longas e fundas rugas a sulcavam: eram as ondas que o vento da velhice lhe cavara no mar da vida… Sob espessas sobrancelhas grisalhas lampejavam-lhe olhos pardos e um espesso bigode lhe cobria parte dos lábios. Trazia um gibão negro e roto e um manto desbotado, da mesma cor, lhe caía dos ombros.
– Quem és, velho? – perguntou o narrador.
– Passava lá fora, a chuva caía a cântaros, a tempestade era medonha, entrei. Boa noite, senhores! Se houver mais uma taça na vossa mesa, enchei-a até às bordas e beberei convosco.
– Quem és?
– Quem sou? Na verdade fora difícil dizê-lo: corri muito mundo, a cada instante mudando de nome e de vida. (…) – Quem eu sou? Fui um poeta aos vinte anos, um libertino aos trinta – sou um vagabundo sem pátria e sem crenças aos quarenta.
Image result for noite na tavernaObserve que, em um primeiro momento, o texto afirma que um homem é velho aos 30 anos. O que pensar, então, dessa personagem que diz ter 40? E o que dizer de hoje, quando a indústria cosmética e da beleza mudou a maneira de ver a velhice? O conceito de velho muda com o passar do tempo?


2. Ao ler o texto a seguir, pense no que Álvares de Azevedo entende como poeta e responda: De acordo com o texto, o que é ser poeta?

[...]
Há uma crise nos séculos como nos homens. É quando a poesia cegou deslumbrada de fitar-se no misticismo, e caiu do céu sentindo exaustas as suas asas de ouro. 
O poeta acorda na terra. Demais, o poeta é homem, Homo sum, como dizia o célebre Romano. Vê, ouve, sente e, o que é mais, sonha de noite as belas visões palpáveis deacordado. Tem nervos, tem fibra e tem artérias – isto é, antes e depois de ser um ente idealista, é um ente que tem corpo.
[...]
AZEVEDO, Álvares de. Prefácio 2. In: Lira dos vinte anos. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/Detalhe ObraForm.do?select_action=&co_obra=1732>.
Acesso em: 20 maio 2013.

3. Relacione esse conceito com a visão ultrarromântica presente em Álvares de Azevedo, a seguir:

[...]
De tanta inspiração e tanta vida
Que os nervos convulsivos inflamava
E ardia sem conforto...
O que resta? Uma sombra esvaecida,
Um triste que sem mãe agonizava...
Resta um poeta morto!
[...]

AZEVEDO, Álvares de. Um cadáver de poeta. In: Lira dos vinte anos. Disponível em: <http://www.dominio publico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=1732>. Acesso em: 21 maio 2013.

4. Álvares de Azevedo e os escritores do Ultrarromantismo associaram o escritor, em especial o poeta, a um libertino sombrio evagabundo. Essa imagem perdura até hoje. Imagine que uma amiga sua quer casar. Quando o pai pergunta “Mas, minha filha, o que ele faz da vida?”, ela responde: “Vive de poesia!”. Em sua opinião, qual será a provável reação do pai?

5. Muitos associam o poeta a uma espécie de imagem marginal.

  • Que outros grupos, na sociedade, são vistos, hoje, como libertinos e vagabundos sem crenças, com gostos sombrios e exóticos?
  • Como tais grupos atendem a suas necessidades de cultura e arte?
  • Que diferenças há entre eles e a geração ultrarromântica?

6. Em dupla ou trio, reescrevam no caderno o texto de Álvares de Azevedo sobre como entende o “poeta”, atualizando a linguagem e a realidade contextual para os dias de hoje.

Em dia com o vestibular: 

Unesp
No caderno, responda às questões a seguir, relacionadas com o texto Um velho:
1. No fragmento de Álvares de Azevedo, cruzam-se as imagens das fases da existência humana e da natureza do oceano. Com base nessa ideia, explicite por que razão o ser humano se assemelha, do ponto de vista do enunciador, à “escuma que ferve hoje na torrente e amanhã desmaia”.

2. A descrição do velho, no texto, evoca a figura do poeta que ele foi aos 20 anos e que se confunde às vezes com a própria identidade de Álvares de Azevedo, coincidentemente morto aos 20 anos. Sabendo que muitos escritores românticos viveram pouco e tiveram vida boêmia, associe a situação do velho à ideia de morte nos poetas românticos, apontando três características do texto cujo sentido comprove tal relação.

Leia com atenção um trecho do romance português Eurico, o presbítero, de Alexandre Herculano. Preste atenção em como o texto define a imagem do poeta.

Image result for alexandre herculanoO poeta
Muitas vezes, pela tarde, quando o sol, transpondo a baía de Carteia, [...] via-se ao longo da praia vestido com a flutuante estringe o presbítero Eurico, encaminhando-se para os alcantis aprumados à beira-mar. Os pastores que o encontravam, voltando ao povoado, diziam que, ao passarem por ele e ao saudarem-no, nem sequer os escutava, que dos seus lábios semiabertos e trêmulos rompia um sussurro de palavras inarticuladas, semelhante ao ciciar da aragem pelas ramas da selva. Os que lhe espreitavam os passos, nestes largos passeios da tarde, viam-no chegar às raízes do Calpe, trepar aos precipícios, sumir-se entre os rochedos e aparecer, por fim, lá ao longe, imóvel sobre algum píncaro requeimado pelos sóis do estio e puído pelas tempestades do inverno. Ao lusco-fusco, as amplas pregas da estringe de Eurico, branquejando movediças à mercê do vento, eram o sinal de que ele estava lá; e, quando a lua subia às alturas do céu, esse alvejar de roupas trêmulas durava, quase sempre, até que o planeta da saudade se atufava nas águas do Estreito. [...] O povo rude de Carteia não podia entender esta vida de exceção, porque não percebia que a inteligência do poeta precisa viver num mundo mais amplo do que esse a que a sociedade traçou tão mesquinhos limites.
Mas Eurico era como um anjo tutelar dos amargurados. Nunca a sua mão benéfica deixou de estender-se para o lugar onde a aflição se assentava; nunca os seus olhos recusaram lágrimas que se misturassem com lágrimas de alheias desventuras. Servo ou homem livre, liberto ou patrono, para ele todos eram filhos. [...]
[...] Não tardou em espalhar-se na povoação e nos lugares circunvizinhos que Eurico era o autor de alguns cânticos religiosos transcritos nos hinários de várias dioceses, e uma parte dos quais brevemente foi admitida na própria catedral de Híspalis. O caráter de poeta tornou-o ainda mais respeitável. A poesia, dedicada quase exclusivamente entre os visigodos às solenidades da igreja, santificava a arte e aumentava a veneração pública para quem a exercitava. [...]
HERCULANO, Alexandre. Eurico, o presbítero. Disponível em <http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=16521>. Acesso em: 21 maio 2013.

1. Complete adequadamente o quadro comparativo entre a atitude do povo e do poeta, segundo o texto de Alexandre Herculano, usando as palavras a seguir:



Muitas vezes, pela tarde, quando o sol,
transpondo a baía de Carteia, [...] via-se
ao longo da praia vestido com a estringe o
presbítero Eurico, encaminhando-se para os

alcantis. Os pastores que o encontravam, vol-
tando ao povoado, diziam que, ao passarem

por ele e ao saudarem-no, nem sequer os escu-
tava, que dos seus lábios rompia um sussurro

de palavras inarticuladas, semelhante ao ci-
ciar da aragem pelas ramas.

2. A seguir, transcrevemos o início do texto
O poeta, retirando dele alguns adjetivos e
locuções adjetivas. Observe a diferença de
sentido em relação ao original.

Responda no caderno: Que diferenças de sen-
tido você encontra entre as duas versões? (Leve

em conta diversos aspectos, tais como: Qual das
versões é mais fácil de compreender? Por quê?
Qual delas parece mais poética? Por quê?)

Ao considerar as diferentes opiniões, valorize o uso do adje-
tivo para construir o cenário de uma narrativa e aproximar

características de suas personagens e enredo ao leitor. Além
disso, o adjetivo particulariza, evitando generalizações que
não traduzem a ideia pretendida.
Recapitulação gramatical: pronomes e
figuras de estilo
1. Observe o seguinte trecho do

texto Um velho, de Álvares de Aze-
vedo:


86

A fronte se lhe descalvara, e longas e fun-
das rugas a sulcavam: eram as ondas que o

vento da velhice lhe cavara no mar da vida...

Sob espessas sobrancelhas grisalhas lampeja-
vam-lhe olhos pardos e um espesso bigode lhe

cobria parte dos lábios. Trazia um gibão ne-
gro e roto e um manto desbotado, da mesma

cor, lhe caía dos ombros.

Reescreva o texto, imaginando que o nar-
rador fosse o próprio velho. Faça as altera-
ções necessárias.

Siga o modelo:
A fronte se me descalvara [...]

“A fronte se me descalvara, e longas e fundas rugas a sulca-
vam: eram as ondas que o vento da velhice me cavara no mar

da vida... Sob espessas sobrancelhas grisalhas lampejavam-
-me olhos pardos e um espesso bigode me cobria parte dos
lábios. Trazia um gibão negro e roto e um manto desbotado,
da mesma cor, me caía dos ombros.”
2. Pesquise no livro didático e responda:
a) O que é metáfora?

Professor, considere o que se explica no livro didático adota-
do. Metáfora é uma figura literária que consiste em compa-
rar dois elementos por meio de seus significados imagísticos,

causando o efeito de estranhamento entre significados de
um termo e outro.
b) Dê um exemplo de personificação.
c) Dê um exemplo de gradação.
b) e c). Observe o que se explica no livro didático. Além
disso, se achar oportuno, recapitule os conceitos em uma
gramática ou retome as indicações dadas no decorrer do
Caderno.

3. O que é ser poeta para você? Que diferen-
ças e semelhanças encontra entre seu ponto

de vista e os de Álvares de Azevedo e Ale-
xandre Herculano?

Resposta pessoal. Aproveite para polemizar o sentido da poe-
sia na vida contemporânea.

4. Dos poemas que você leu até hoje, de qual
mais gostou? Por quê?

Resposta pessoal. Não deixe de ressaltar a valorização da poe-
sia pela lembrança que ficou na memória do aluno.

5. A seguir, transcrevemos um trecho do
texto O poeta, do qual retiramos alguns

adjetivos e locuções adjetivas. Obser-
ve a diferença de sentido em relação ao

original.
O povo de Carteia não podia entender

esta vida, porque não percebia que a inteli-
gência precisa viver num mundo mais amplo

do que esse a que a sociedade traçou limites.
Comparando as duas versões, comente

qual a função do adjetivo em um texto nar-
rativo.

Ao considerar as diferentes opiniões, valorize o uso do adje-
tivo para construir o cenário de uma narrativa. Além disso, o

adjetivo particulariza, evitando generalizações que não tra-
duzem a ideia pretendida.

Consulte suas anotações, bem
como o livro didático, e elabore

uma síntese, no caderno, dos con-
teúdos aprendidos nesta Situação de Aprendi-
zagem.

Recapitule com os alunos os elementos principais de uma

síntese: encontrar as palavras e ideias-chave, articulá-las ade-
quadamente entre si, não usar exemplos etc.

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